terça-feira, 8 de março de 2011



























é brando e silencioso
posso tocar-te o som
tive-o carinho cálido de pai
do braço amigo que estende a mão
e alerta

no caos com poucos portos
sem âncoras ou horizontes
mareados oceanos dialéticos
revoltam-se conta a nau
poderia o rochedo ser sentimental?

quantas idas e vindas
marolas e tempestades
o casco duro se fere
em grandes descobertas

é quem ampara em signos múltiplos
pedra fundamental!



























ainda trago-te marcado em mim
como o último trago
como o único gozo
em seus olhos negros
eu sua cabeleira ao vento
montado nos segredos soturnos
cavalgando as elegias
duma noite sem lua
trago-te
é a fumaça que me embriaga
os olhos da taça de vinho
o respirar profundo
o amor defunto
quisera te deixar descansar
em teu sono eterno...

mas ainda trago-te marcado em mim
como a última gota
como o único cale-se
em meus olhos negros
na minha cabeleira ao vento
montada em sua carne latejante
cavalgando as alegorias
duma vida sem lume
trago-te
é porre de menina-moça
o hímen desvirginado
o suspirar profundo
o gozo moribundo
quisera que eu desistisse
eu sou o sono eterno...


*mais sobre o trabalho de Nirupam Borboruah:
http://www.nirupamborboruah.com/